domingo, 13 de março de 2011

Semiótica, breve explicação

Cabe a mim agora nesse texto, descrever a você leitor o pouco que aprendi de semiótica em míseras 25 linhas.

Então vamos lá. Para que você entenda um mínimo de semiótica, você antes deve saber o que é signo, uma vez que o objeto de estudo dela são eles. Signo pode ser entendido como "aquilo que está no lugar de", é uma definição um tanto abrangente e abstrata, mais isso se deve ao próprio signo não ser uma coisa fixa, definida, pronta e acabada. O signo, portanto, também pode ser entendido como aquela imagem que criamos dos objetos do mundo real, uma vez que não podemos inserí-los propriamente em nossas cabeças, criamos essa imagem personalizada daquilo que entendemos daquele objeto. É importante ressaltar que os signos, assim como os objetos estão mudando em função da sociedade, assim como em função do interpretador, ou seja, aquele que porta o signo em sua cabeça, dessa maneira nosso meio de ver o mundo também vai se transmutando, da mesma forma devemos perceber que o meu signo que guardo em minha cabeça de uma cadeira, por exemplo, é diferente do seu signo, uma vez que se fossem iguais seríamos robôs que pensam de maneira igual, mas também devemos perceber que existem características comuns entre o meu e o seu signo a respeito de determinado objeto, a cadeira no caso, uma vez que estas não existissem, a comunicação entre nós seria impossível. Dessa forma a nossa compreensão do mundo, o diálogo que travamos com ele e a nossa própria comunicação requer signos. Cabe também aqui uma nova forma de se entender o pensar, a partir da definição de signo. Parte daí, uma maneira de entender o pensamento, não como uma coisa inerente ao ser humano, como aquilo que entendemos por pensamento racional, que pressupõe raciocínio e julgamento .Mas sim, como aquele fenômeno que requer a tradução de um determinado código, formalizado ou não, que irá surtir efeito numa reação. Por exemplo, quando uma planta realiza fotossíntese, ela está pensando, uma vez que traduz um código emitido pela luz solar que resultará na produção de seu alimento e na emissão de oxigênio para o meio ambiente. 

Uma vez que temos essa breve noção do que é signo e diferenciamos pensar de raciocinar. Podemos entrar na categorização criada pro C. S. Peirce de toda experiência do pensar. Essa categorização se dá em três níveis, Primeiridade, Secundidade e Terceiridade. Vale ressaltar aqui, antes de iniciarmos nosso entendimento sobre elas que elas não definem experiências de pensar fixas, por exemplo, não é porque algo está no nível de terceiridade que elementos de secundidade e primeiridade não possam estar imersos nela. Você vai entender isso mais a frente. 

Vamos começar com o pecado da impossibilidade de tentar se definir Primeiridade. Primeiridade, termo científico criado por Peirce, também chamado de qualidade é a imediatez como você percebe as coisas. Estas experiências são tão frágeis, tão puras que ao definí-las já estamos perdendo a qualidade daquele momento que queremos definir porque ele já foi passado. Nesse momento, você deve estar tendo uma série de percepções. O brilho e as cores da tela que ofuscam seu olhar ao passar os olhos por esse cojunto de caracteres, o peso da cadeira contra suas costas, o pulsar de seu coração em seu peito, o entrar e sair de ar de seus pulmões. Enfim são as qualidades das coisas no seu estado mais primitivo.

Secundidade, também chamada de relação é quando eu conheço uma determinada qualidade e busco-a em  outros locais, estabelecendo assim uma relação entre elas. Por exemplo, quando me deparo com o matiz da cor azul, e aquilo me traz a minha uma determinada experiência, fugaz e pura, temos uma primeiridade. Já quando percebemos e buscamos o azul em diversos cantos, estabelecendo uma relação entre a característica do azul do céu, por exemplo e do azul do mar, apenas como busca, sem saber teorizar nem definir muito bem  a cor azul, apenas tendo a compreensão que há algum tipo de relação entre aqueles azuis.

Terceiridade, ou representação irá acontecer um grau mais claro de inteligibilidade. É quando eu represento, quando eu teorizo, quando eu conveciono. A partir do momento que eu passei a representar o azul, teorizar e  poder identificá-lo no céu, no mar e em outros canto possibilitando inclusive uma comunicação do que é o azul eu estou no terceiro.




Um comentário:

  1. Show de bola, Paulo! Conseguiu explicar conceitos um tanto quanto abstratos de maneira bem clara e direta! Obrigada!

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